Timo Petter é Head de Melhoramento na Bejo Zaden para as culturas de allium, beterrabas, salsão e salsa-raiz, comandando equipes de melhoristas, uma para o gênero allium e outra para as demais culturas. Ele começou na Bejo em 1998, como melhorista de cebolas. Já em 2002, começou suas visitas ao Brasil, tendo um contato muito próximo com o nosso mercado desde então.
Timo Petter se lembra de sua primeira visita ao Brasil, em 2001, a Ituporanga/SC. Aquela foi a primeira região escolhida pela Bejo devido à grande área plantada, mas também devido a nossa longa história com cebolas para armazenagem, na Europa e na América do Norte. Não demorou muito, Timo completa, para descobrirmos quantas outras oportunidades este enorme país oferecia.
No Brasil Central muitas novas operações se iniciavam, com plantios em larga escala, em solos novos, com importante modernização, prontas para híbridos. A Bejo detectou a oportunidade para iniciar um novo programa de melhoramento para variedades precoces, de dias-curtos. Timo se lembra das primeiras visitas a São Gotardo/MG e, em seguida a Irecê/BA.

BEJO E DE GROOT en SLOT – UM PARCERIA DE LONGA DATA
Observando qualquer embalagem de sementes de cebolas da Bejo, o produtor vê um segundo logo, da empresa De Groot en Slot. Uma parceria de mais de 50 anos em allium. As empresas são originárias de vilarejos vizinhos no Norte da Holanda e sempre foram dedicadas ao melhoramento genético e comercialização de sementes de cebolas. Há um programa de melhoramento conjunto e ambas as empresas têm forte presença em todos os importantes mercados de cebolas ao redor do mundo.
BEJO, UM IMPORTANTE ATOR GLOBAL
Timo comenta que não apenas em cebolas, mas também para outras culturas como brássicas, cenouras e beterrabas, a Bejo desempenha papel principal, devido a sua longa história, a sua ambição de ser líder de mercado, aos recursos investidos em pesquisa, produção e processamento de sementes, ao foco de longo prazo em culturas específicas. Tudo isso combinado, faz da Bejo um parceiro confiável, para produtores e outros elos da cadeia produtiva. “Temos paciência, damos tempo à construção de relações duradouras, com soluções e genética confiáveis”, ele completa.
Ainda no tema de recursos e ambição, o Timo fala com muito orgulho a respeito de SEQUON, a grande cooperação pública/privada, que a Bejo e De Groot en Slot firmaram com a Universidade de Waggeningen, na Holanda, para o primeiro sequenciamento genético do genoma de cebolas, quatro vezes maior do que o genoma humano. Esse sequenciamento agora permite a Bejo/DGS trabalharem uma melhor eficácia no desenvolvimento de características complexas, multigenes. Resistência ao Fusarium é só um bom exemplo das oportunidades que esse programa oferece. Investimentos únicos, feito por parceiros comprometidos, para soluções únicas, para produtores ao redor do globo.
O QUE TORNA AS VERIEDADES DE CEBOLAS DA BEJO TÃO ESPECIAIS?
A longa história da Bejo e a longa tradição da Holanda como um importante país exportador de cebolas, oferecem credibilidade. De forma geral, nossas cultivares se destacam por sua armazenabilidade, qualidade de pele e firmeza. Mas o fato de sermos um ator global, presente em todos os mercados importantes de cebolas, temos que nos adaptar e apresentar novas soluções. Isso se faz com muitos ensaios, em todas as regiões.
No Brasil, por exemplo, onde a cultura da cebola evoluiu muito nos últimos 20-30 anos, nunca foi fácil produzir cebolas; as cebolas frequentemente são cultivadas sob condições muito adversas e circunstâncias variáveis, como temperaturas altas, muitas vezes com chuvas em excesso, solos com dificuldade de preparo, com questões sérias de ervas daninhas; esses produtores se transformaram em profissionais do agronegócio, em novas regiões, usando os mais modernos sistemas de cultivo.
A Bejo esteve ali, trabalhando junto a esses empreendedores, tornando o Brasil quase autossuficiente em cebolas de qualidade, diferentemente de algumas décadas atrás, quando o país dependida de importações, como as da Argentina, por exemplo.

QUAIS OS OBEJETIVOS DE MELHORAMENTO GENÉTICO COLOCADOS PARA O BRASIL?
As primeiras cultivares que desenvolvemos para o Brasil oferecem precocidade. Isso não estava disponível no mercado e a Bejo viu ali uma oportunidade, com Maragogi, Itaparica e Trancoso. Hoje também selecionamos cultivares de outros ciclos.
Sistemas radiculares fortes são muito importantes no Brasil, não só para tolerar as difíceis condições climáticas, mas também para enfrentar as doenças de solos, como Fusarium e raiz rosada. Como empresa de genética, é muito importante, encontrar a combinação ideal entre raízes vigorosas e um ciclo aceitável para a cultivar, para se evitar que criemos somente variedades tardias. Em seguida, com um sistema radicular forte, o objetivo é ter folhas vigorosas, para garantir alta produtividade.
Timo indica que não devemos nos esquecer de um dos maiores desejos do cebolicultor brasileiro: cultivares adaptados à colheita mecanizada, para se economizar em mão-de-obra. A experiência da Bejo com cebolas para estocagem nos oferece muitas possibilidades para o desenvolvimento de híbridos que, não somente, ofereçam mais firmeza, mas múltiplas camadas de pele, de forma que se a cebola perder uma ou duas peles durante a colheita, haja outras que protejam o bulbo durante a estocagem e transporte.
E há ainda as cebolas roxas da Bejo que oferecem muitas oportunidades. Além da Red Sensation, já largamente produzida, uma cultivar redonda e precoce, compatível com a maioria das cultivares amarelas do mercado, A Bejo está desenvolvendo diferentes híbridos, algumas muito flexíveis, para semeio do Norte ao Sul do país.
E, no dia em que o mercado se interessar por cebolas brancas ou rosadas, a Bejo tem opções. Estão sempre em nossos ensaios, para o futuro. Nossa liderança global, juntamente com forte presença a campo, oferece ao mercado brasileiro enormes oportunidades, completa o Timo.